sábado, outubro 01, 2005
Império da superficialidade perdida

Princí­pio.

Isto terá um fim.

Não se decepcione ainda, pois o que digo não nasceu de um destino puro e certo até o ponto de lhe causar uma nausea precoce ou um grande desprezo dessa vida.

Melhor, prefiro que resista com seu ímpeto de nojo e descrença, antes que sejam arrancados com seus olhos e colocados de molho numa grande cerimônia de comemoração ao seu enterro.

No final das contas, eu não sinto sua dor.

Um fim é o ponto necessário. Lógico. Incontornável.

As pessoas evitam discutir essas coisas nos tempos felizes, nessa indecisa atualidade incestuosa, ou ao menos,nunca atinaram para o fato de que quase todas as suas incertezas foram sequestradas por algum paladino da justiça,canções de ninar ou o bom dia mecanicamente elaborado com tanta perfeição desde seu nascimento.

Prefácio

Todas as histórias começam com "a algum tempo atrás", mesmo que escondido entre virgulas. Ninguém foge ao tempo.

Exceto esta, que pariu a história, mesmo sem o auxí­lio da senhora tempo (assim se inicia o debate dos povos sem gênero, sem qualificar divinos másculos para supor ou femininas para crescer).

Afinal, não havia ainda nascido O Deus, a senhora tempo e a morte.

Vários fragmentos do conto foram encontrados nos tempos de hoje, e estão sob o poder de grandes corporações empresariais, igrejas, partidos ou do esquecimento. O pacto de silêncio nasceu da abiogênese e do medo daqueles que o viram (despedaçados e desconexos) e encontraram um fim.

Os idiomas dos pedaços amorfos dos manuscritos (e não me entendam mal se os chamo dessa forma, afinal, comunicação escrita não tem que ser comportadas em letras) não precisam ser mencionadas, foram gravados em desenhos fraturados e sons dissonantes, perceptí­veis a cada detalhe nefasto de sua sequência.

Não vou me deter mais a detalhes de coerência. A mim não importa se acreditem ou não no fato, pois, é fato por si só, e eles não se importam com opiniões exclusas da sua credibilidade provinciana ou de sua moralidade media.

O conto começa em tradições orais em todos os lugares possíveis (é dificil acreditar nisso sem uma mídia empresarial, mas como disse antes, não me deterei numa coerência explicativa cientí­fica, pois tenho pressa...e minha terra corre.), e repete nas mais diversas possibilidades:

"...corre, corre, corre, eis que foi chamado!"
"convoque a fantasia daquele coroado"
"incompleto de nascença"
"poderosa imposição, do responsável em terno pranto"
"pelo vazio e servidão"
Deus foi formado, em pequenos retalhos superpostos, de cada parte onde não se sabe ao certo a origem, somente sua origem. Aquele que era ainda não-Deus convocou a reunião das partes, as quais se chamavam demônios (acredito que o vocabulo- que significava gênio bom ou mal- foi tendenciosamente distorcido pela Igreja, que possui um dos fragmentos, pois as concepções do ser e avaliar nunca aproveitaram as divinas intenções da Trilogia Sacrossanta). Os demônios, posteriormente apelidados de anjos, possuiam algo assemelhado as asas, mas assemelhado nunca é, e nunca é próximo, apenas não é distante o bastante para ser algo que renda o valor de "diferente".

Os demônios constituí­dos em muitos e em poucos (mas nunca unificando a um, o qual seria a completa-metade do não-Deus, juntamente com as cadeiras que se sentavam e algumas garrafas de água mal tratada) traçavam as indecorosas relações da existência deles, pressupondo a partir daí­ seu conflito.

Eles eram livres e presos ao não-Deus, sendo esta sua única limitação, mas o último carcere. Eram vaidosos o bastante para crer em sua desgraça e o não-Deus ingênuo o bastante para imiscuir algum desejo nisto.

"- Sinto o meu chamado, e quero os meus pedaços..."
"- Façamos um contato, e completem meu corpo seco"
"- Imperioso do nada belo, conquista da terra estéril, corrói nossa corrente infame e completaremos o seu sentido- falam sua essência"

Continua o seu rito de desespero. O não-Deus convocou uma reunião. Quem o retirou da inércia incessante não se sabe e nem se pretende de certo modo (embora as fofocas sempre corram num mundo, ainda mais quando não se tem tempo a perder"), não se levantou no sétimo dia por que não existia segunda-feira.

De fato, e só por ele, os demônios apresentaram 18 teses (não se tem certeza por que 18 ou se o canto se refere ao infinito- fonograma parecido-, mas aceita-se a primeira hipótese, pois seria insensato crer que eles não pararam, talvez seja somente o medo das cordas e fantoches) sobre aquilo que é por essência a não existência, seu revés da moeda, "a indiferença pela superficialidade".

As 18 teses da superficialidade foram apresentadas uma a uma, em doses grandes e não medidas adequadamente.

Após isso, Deus, a senhora tempo e a morte nasceram. O canto continua, afirmando que foram enviadas todas as teses ao inferno, embrulhado para o Diabo, "que nem na história havia entrado".

As teses foram divididas, ou dividiram-se por si só, representando os pontos de perdição daquilo que representa o que não se pode saber, "para a superficialidade de uma essência" segundo o próprio Deus-completo.

Assim discorre as teses sobre a superficialidade, e nela se encontra o fim sobre sua própria glória.

"Isto terá um fim"

Cantam os antigos...
E não falam nada sobre alegria.
Colocado por Valdemiro as 9:30 PM

1 Comentario(s)

Anonymous Anônimo coloca...

:oD....
ameeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeei!!!!!!
tah lindooooooooooooooo!!!!
vou virar frequentadora assídua!!!!!
heheheheheheheh
besitoooooooos!!!

02 outubro, 2005 22:49 

Postar um comentário

<< Voltar