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Canto da Cidade.
![]() Há uma novidade nos cantos de boca do povo. A porta está fechada, dizem eles baixinho ao pé do ouvido. Alguns sorriem de satisfação com a surpresa repentina. Outros sofrem com o receio de um perdão a muito tempo devido. Casa pequena, desgraçada. Se não a queimam, ao menos deveriam interditá-la. Para que seus detroços não me cubram mais. Com seu vazio. Mas a ocasião faz a festa na cidade. Abram os portos, dizem eles, sem muito pensar nos custos. Sobre os céus e as nuvens, somente as marcas no mesmo corpo. Que volta a sua terra, sem ao menos estar morto. Alma penada, desgarrada de tudo e de todos. Se não o procuraram antes, quando perdeu o brilho, por que estariam agora contigo, depois que a noite tomou conta do ultimo olhar perdido... Do seu rosto. Desfigurado. Vai alma perdida, grita o que não quer. Cala o que sente. Arrebenta o que ama. Mata o reflexo no espelho. O que importa agora é que fechaste a porta. Para dentro. Da casa pequena e úmida. Em sua pequena lembrança. Casa pequena, desgraçada. Se não a queimam, ao menos deveriam interditá-la. Para que seus detroços não me cubram mais. Com seu vazio. |
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