sábado, outubro 15, 2005
Primeira tese sobre a superficialidade

A Superficialidade do Encantamento

Não compreendo o que você busca neste lugar.

Havia entendido em algum momento de minha vasta falta do que fazer que os seres humanos são previsí­veis dentro de sua mediocridade, mas grandiosos nas suas loucuras diárias. Isso me diverte, mas não me leva a nenhuma conclusão digna da nossa atenção.

Já que me recebe em sua liberdade...

__________

O não-Deus reunido com todos os demônios ali presentes começou a gritar suas exigências do acordo feito entre eles. Não havia resistência entre os demônios para cumprir seu papel no acordo, entretanto eles entendiam perfeitamente aquela atitude desvairada do ser incompleto a sua frente. Sem tempo, ou marca para o cumprimento, o primeiro efeito do pacto era causar uma enorme dor aos envolvidos, principalmente àquele que estaria presente a todos os momentos das exposições das teses.

Eles sentiram um enorme prazer oculto com isso.

Não entenda como uma atitude bestial ou corrompida. Eles foram apenas verdadeiros.

Segundo o canto e os fragmentos antigos o primeiro demônio se desgarrou subitamente dos outros e ao estar completamente colado ao Não-Deus em face e corpo, tirando qualquer fôlego de resistência ou receio, subjugando de forma completa e inusitada...

Ele o divertiu.

O pedaço seguinte (visto que a continuidade parece ter sido perdida, pois a história se torna desconexa) descreve os lábios carnudos do Não-Deus, lamentando o sangue que escorria de sua boca.

"matéria e matéria minha"
"de fato posso encantar e assim serei parte de nós"
"um Não-Deus em dois e em vários"
"da face pra fora adentro seu ser..."
"... e escondo a pedra que irei te possuir"



A partir daquele momento o EM-Deus passou a existir e assim foi chamado.

Encantamento do Pão e Circo.

Nunca se soube ao certo como tamanha temeridade pode acontecer no ambiente "bárbaro", mas o Império existiu. Não se quer aqui colocar uma supremacia européia em virtude das esquecidas histórias africanas e latino-americanas, belas e sangrentas mas não tão previsiveis como Dom quixote. O que se quer se dizer é que o fragmento existiu.

Acredito que a tese do encantamento foi encontrada por algum servo ou escravo e guardado a sete corpos em algum lar da famí­lia romana. Mas as notí­cias correm e se aproximam dos grandes centros de poder (ou de decomposição...), até se perceber o que se tinha nas mãos. As elites parasitas, utilizando os conhecimento ali descritos (ou sendo utilizados pelo próprio fragmento, que possui a vida do primeiro demônio, afirma alguns...), incorporavam o povo no espaço do inexistente e da exploração brutal. A violência era o alicerce necessário àqueles que fugiam do encantamento. A morte o sonho eterno.

A primeira tese sustentou todo o império, mas concedeu a ele o poder de sua ruí­na.

Pão e circo, isto foi extamente o que o primeiro demônio ofereceu ao Não-Deus, o fragmento era claro neste sentido. Os conscientes do seu significado, ou melhor, os poucos que como o servo que o encontrou (e melhor achou devolvê-lo a seu sepulcro) e por bom senso tentaram perdê-lo novamente, foram mortos e estilhaçados pela elite romana. Ela teve a primeira consequência da superficialidade, o encantamento daqueles que sobre exploração existencial, foram devolvidos ao mundo da alegria e do cortejo.

A minha superficialidade era do sonho e não da dor.

Não preciso que acredite em mim, como já falei, mas você pode duvidar de você e isto será sua perdição... deixe-me levá-lo...

O Império, numa revolta popular (organizada a partir de um esforço conjunto de metade de Roma na grande insurreição) que até hoje não foi se quer confirmada (isto necessariamente levaria a cobiça do fragmento...), foi condenado e o fragmento, em sua perfeita forma essência, foi ocultado pelos tempos. Aqueles que fizeram a revolta utilizaram um pano nos olhos daqueles que ficaram responsáveis em dar fim ao fragmento, e por isso puderem manejar através de aprimoramento dos sentidos até este local desconhecido.

Sem a base e as descrições do Fragmento (já que ninguém pode conhecer de todo ele, apenas algumas partes, de forma que o Pão e Circo era perfeito somente com o Fragmento em mãos...) , o Império perdia o poder de conter a fúria daqueles que eram consumidos vivos em sua condição não imperial, e por isso foi consumado em pó e terra, somente regado a violência.

Cópias parciais do Fragmento do encantamento foram feitas a época e ainda hoje circulam em nossos tempos (é certo que uma rede de televisão a possui), mas utilizadas dessa forma, acabarão sendo destruí­das pela mesma revolta popular, a própria história já afirmou isto muitas vezes. Alguns dizem que o Fragmento previa a morte daqueles que se servissem dele, pelo desejo da reunião dos demônios restantes, desequilibrados pelo ato do Em-Deus.

A contradição gera a luta (...).

Não afirmo isto, mas meu desejo e perdição o gritam.

Estou cada vez mais impotente diante do fato, homem e poder.

Isto terá um fim.

Colocado por Valdemiro as 11:40 AM

2 Comentario(s)

Blogger André coloca...

Será que a revolta vai chegar mesmo, e destruir o danado do encantamento? Ou será que ele foi refinado o suficiente para transformar também a revolta popular em uma parte dele, também pão e circo? Pode soar pessimista, mas...

16 outubro, 2005 17:29 
Anonymous Anônimo coloca...

comentário rpgístico dispensável: talvez se unirmos uma leva de heróis com força de vontade alta, consigamos ter força suficiente para enfrentar um encantamento e um demônio de ND tão alto!!!!!
XD
Desculpa, mas estou extremamente dada aos comentários ridículos ultimamente...

19 outubro, 2005 13:15 

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