sexta-feira, janeiro 13, 2006
O acaso.


Conto maldito, quem é você?

Noite
Noite
Noite...

Sempre voando às esquinas e becos
Escondendo a face a cada semáforo
Deformado pelos tapas fadados a boca e o incessante choro irritante, os dois em proporções definidas pelo destino.
O tempo morreu a alguns segundos dos campos de Salinger
E nós não percebemos...

Olhar indecente, quando o fez?

Triste
Triste
Triste...

Não é um corvo de Poe para emitir sons tão grotescos
Eu não permito que o seja.
Espera na escadaria e pede um pedaço de pão pela manhã
Não matará sua fome, por que esta será eterna
E como seu castigo, sempre voltará com os mesmos pedidos...
Da semana em que fui indiferente aos seus impasses.

Perfeição perspicaz, perdeu aos pés do castelo?

Espaço
Espaço
Espaço...

Mas Kafka não te dará mais do que você deseje ou grite de forma lúcida
Não espere por benevolência daqueles que não o enxergam
E que porventura ou desventura você se tornou invisível
Contrasenso de sua necessidade doentia...
e assim o medo contamina sua água a cada gota.

Séculos e quilometros de poesia para entender sua imensa solidão...
De uma figura disforme pela própria capacidade de ser homem e Deus de sua criação
E suportar todo o peso de ser o próprio...
Por completo...
Colocado por Valdemiro as 8:21 AM

1 Comentario(s)

Anonymous Anônimo coloca...

Amiga Joice Marys, essa música é maravilhosa!!! estou escutando ela compulsivamente! (droga, estou viciado...)

Recomendação a tod@s!

Canto de Ossanha
Baden Powell e Vinícius de Moraes

O homem que diz "dou" não dá
Porque quem dá mesmo não diz
O homem que diz "vou" não vai
Porque quando foi já não quis
O homem que diz "sou" não é
Porque quem é mesmo é "não sou"
O homem que diz "tô" não tá
Porque ninguém tá quando quer

Coitado do homem que cai
Nno canto de Ossanha, traidor
Coitado do homem que vai
Atrás de mandinga de amor

Vai, vai, vai, vai, não vou
Vai, vai, vai, vai, não vou
Vai, vai, vai, vai, não vou
Vai, vai, vai, vai, não vou

Que eu não sou ninguém de ir
Em conversa de esquecer
A tristeza de um amor que passou
Não, eu só vou se for pra ver
Uma estrela aparecer
Na manhã de um novo amor

Amigo senhor, saravá,
Xangô me mandou lhe dizer
Se é canto de Ossanha, não vá
Que muito vai se arrepender
Pergunte ao seu Orixá, o amor só é bom se doer
Pergunte ao seu Orixá o amor só é bom se doer

Vai, vai, vai, vai, amar
Vai, vai, vai, sofrer
Vai, vai, vai, vai, chorar
Vai, vai, vai, dizer

Que eu não sou ninguém de ir
Em conversa de esquecer
A tristeza de um amor que passou
Não, eu só vou se for pra ver
Uma estrela aparecer
Na manhã de um novo amor

13 janeiro, 2006 12:14 

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