Terceira tese sobre a superficialidade.
![]() A Superficialidade pela indecência Continua ainda a me perseguir. Não você por obvio. Não é um estorvo no fim das contas, apenas um mosquito que tem um comportamento típico: Barulho e picadas, mas não resiste a um simples fechar de mãos. Risos a sua insignificância? Vou me cansar, aliás, o que me amedronta está ainda longe de sua capacidade de entender as coisas. Aquele que está próximo do candeeiro é o primeiro a ser iluminado, ouviu dizer não? Mas te afirmo que aquele que tem o candeeiro tão perto de si é o primeiro a se queimar no calor de sua luz. Que sirva de consolo para você, quando formos consumidos pelo que tanto procuramos. ____________________________________________________________________ Espaço e forma se delinearam no mundo. Existiam ainda 16 demônios. E um Em-Deus. Tato. Seria o primeiro sentido na criação? A existência se fez pesada e os corpos se desfigurando como se fora líquido começam a pingar de cada quadro do espaço. Neste momento não se fez menções ou reflexões sobre o acontecido ou o que estava ocorrendo, eles apenas se roçavam e misturavam como tintas. Cores. Variadas. Um denso caldo. Caldo espalhado por todo lugar. De desejo? Sem limites corporais para tocar o que não é seu. Mas o que é seu para ser tocado? Grande massa. De pecado. Tocado. Inexato. Um somente. E por que não terminou desta forma? E por que não continuar nesta forma? E por que não estar sempre em disforme constante do nada e do tudo... Todos reis, todos servos. De onde surgiu o limite e a indecência, daqueles que conjuntamente estiverem em um só... Gritos. Somente eles. Primeiro um. Depois uma multidão furiosa sobre eles. Vários pedaços se fizeram da massa disforme e o que sobrou dela se transformou em uma criatura pegajosa e ofegante, mas elegante e portentoso em seu devir. Noc-Deus. Aos seus pés 15 demônios. Será uma contagem regressiva, ou apenas uma ilusão para que fiquemos satisfeitos com nossos parâmetros mediocres de certeza ou insanidade. Algum dia saberei. ____________________________________________________________________ O toque profundo da indecência O corpo é o lugar do ritual. E nele se encerra o limite do ser humano. Apenas dele, pois outro qualquer ser existente assim não pensa. Precisamos estar preparados para enfrentar o corpo. Para não cair em tentação. Para não desvairar o pecado. Para não libertar a indecência. Separado. Somente junto após o ritual. No corpo. Corrompido. É preciso protegê-lo para que outros não vejam. Somente a nudez é permitida. Apenas a do corpo. Tocar por dentro é proibido. É indecente. A mente é decadente neste estado. A alma é lugar de ritual, e não pode ser tocada por quem deseja. Apenas após o cárcere e o grito. É preciso escondê-la para que não se sofra pela presença. Não é possível abraça-la. A menos que sofra o castigo pela indecência. A alma é lugar fechado. E não se abre até que se perceba que o rito não pode ser quebrado, por mais vazio que o seja. A indecência é praga, pois o homem não pode ser senhor da entrada de sua casa. Não deixa entrar e nem sair, pois tocar suja as mãos. Impuro. Incorreto. Indecente. Corpo e alma não podem estar juntos. Irmãos não se tocam. Somente depois do ritual. Tocar é indecente, afinal nunca estivemos juntos. É indecente. Esse homem. Esse corpo. Essa alma. Posso te tocar? Fragmento encontrado em Sodoma após o fogo da destruição. Muitos indícios históricos apontam que o fogo foi provocado espontaneamente e todos esperaram pacientemente sua morte num grande encontro da "indecência". O Fragmento foi perdido. Espera-se. ![]() |
2 Comentario(s)
A terceira tese ficou pronta.
Fiquei satisfeito com ela, pois fala de algo bem recorrente pra mim.
Perguntei-me um dia desses se não é muita audácia chamar estes textos de teses.
Mas se quiser chegar a essência da superficialidade, tenho que considerar os detalhes como eles são: Detalhes.
não vou mentir...só li um trecho do texto...li e lembrei disso:
"Arte de amar
(Manuel Bandeira)
Se queres sentir a felicidade de amar, esquece a tua alma.
A alma é que estraga o amor.
Só em Deus ela pode encontrar satisfação.
Não noutra alma.
Só em Deus ? ou fora do mundo.
As almas são incomunicáveis.
Deixa o teu corpo entender-se com outro corpo.
Porque os corpos se entendem, mas as almas não."
Não lerei o texto todo agora. guardarei apenas essa impressão...espero a preguiça descolar do corpo.
beijos
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