quinta-feira, dezembro 22, 2005
Espera... que eu já volto!

Por favor,

Espera um pouco que eu já volto...
Mas não trago somente a mim, como também "eu" no dia da volta.
Escrever em papéis, e conquistar seus destinos...
Colocar em sua camisa, mesmo que seja impossivel, meu destino traçado,
Meu sorriso inesperado, para mim talvez, e...
Algumas vezes para você, embora esteja sempre aberto pra ti...
Nunca estive tão liberto das correntes do "mim".

Quero ter minhas lágrimas de volta e vou buscá-las onde as perdi no passado, mesmo que tenha que visitar o diabo em seu escritório quente e caustrofóbico,
Ser tão humano para sofrer e gritar a ponto dos meus tímpanos doerem e da minha voz falhar aos meus encantos,
E mostrar que ainda sou capaz de não compreender, sentir raiva ou ter birra infantil... para te ouvir, para me calar, para me afastar ou apenas sentir entrar nos meus domínios em seus pequenos passos... ser maduro para ser criança, sorrir com a descrença e criar uma dança para festejar o dia de mudança (sempre belo, sempre fatidico, de fato tragicômico)
Quero ser "eu" ao seu lado,
Não um simples imaginário, de uma pessoa vazia e perfeita o tempo inteiro...
Mas aquele que marca a fogo (dor e desejo), como a raposa e o príncipe, no seu franco viver sem limite...
Se for assim,
Espera, que eu já volto...
Não eu próprio, mas somente "eu"...
O único que está de volta,
...o que importa afinal é...
Por favor, espera...


Colocado por Valdemiro as 4:07 PM 4 Comentário(s)

segunda-feira, dezembro 19, 2005
Pescador de Ilusões

Se meus joelhos não doessem mais
Diante de um bom motivo
Que me traga fé, que me traga fé
Se por alguns segundos eu observar
E só observar
A isca e o anzol, a isca e o anzol
A isca e o anzol, a isca e o anzol
Ainda assim estarei pronto pra comemorar
Se eu me tornar menos faminto
Que curioso, que curioso
O mar escuro trará o medo lado a lado
Com os corais mais coloridos
Valeu a pena, eh eh
Valeu a pena, eh eh
Sou pescador de ilusões
Sou pescador de ilusões
Se eu ousar catar
Na superfície de qualquer manhã
As palavras de um livro sem final
Sem final, sem final, sem final, final
Valeu a pena, eh eh
Valeu a pena, eh eh
Sou pescador de ilusões
Sou pescador de ilusões
Se eu ousar catar
Na superfície de qualquer manhã
As palavras de um livro
Sem final, sem final
Sem final, sem final, final
Valeu a pena, eh eh
Valeu a pena, eh eh
Sou pescador de ilusões
Sou pescador de ilusões

"...corretamente medido, desregradamente insensato e infinitamente intenso."
...eis que surge algo deste topor...
...inusitado, quente e vivo...
Colocado por Valdemiro as 1:53 PM 2 Comentário(s)

sábado, dezembro 10, 2005
Aerials

Life is a waterfall
We're one in the river,
And one again after the fall
Swimming through the void
We hear the word
We lose ourselves but we find it all
Cuz we are the ones that wanna play
Always want to go but you never want to stay
And we are the ones that wanna choose
Always want to play but you never want to lose
Aerials in the sky
When you lose small mind you free your life
Life is a waterfall
We drink from the river
Then we turn around and put up our walls
Swimming through the void we hear the word
We lose ourselves but we find it all
Cuz we are the ones that wanna play
Always want to go but you never want to stay
And we are the ones that wanna choose
Always want to play but you never want to lose
Oh! Aerials
In the sky
When you lose small mind you free your life
Aerials
So up high
When you free your lives (the) eternal prize
AerialsIn the sky
When you lose small mind you free your life
Aerials
So up high
When you free your lives (the) eternal prize
(whispers)
Colocado por Valdemiro as 8:30 AM 3 Comentário(s)

terça-feira, dezembro 06, 2005
Take me out!

Sei que não posso te levar numa mala, seria muito cômodo para minha pouca idade. Não se deve acostumar os jovens ao ócio, eles falam como tivessem 500 anos. Sempre me julgam jovem para isso ou aquilo. Eu não me importo.
Acordei hoje cedo, mas por incrível que pareça não foi numa cama e sim na rua. Isso foi bem de repente. Isso. De repente, percebi minhas pernas num eterno movimento de passo sobre passo. É uma sensação dolorosa sentir todos os seus músculos contrairem a um só tempo. Será que desejo andar ou apenas o andar me deseja para existir pro restante das pessoas? A noosfera ainda está muito longe da minha rua, espero. Realmente espero, parecem espíritos. No descompasso quase cai de cara na terra fofa.
Na queda fui jogado pra fora do meu corpo. Não quero que simplesmente acreditem nisso. Mas sintam. Eu saí de meu corpo (!). Meu corpo no chão e eu também, ao lado dele. Megulhei de volta em pouco minutos, é muito frio sentir a realidade pesada do fora do corpo.
Mas foi divertido. Divertidíssimo. Eu via as pessoas por dentro. Lá no fundo vi tudo. Num falei nada a elas porque é falta de educação. Tive medo de perdê-las por saber algo que num me contaram, é isso. As pessoas tem medo (?) , e eu tenho medo (!), e o medo tem medo no final de tudo, talvez isso lhe dê um pouco mais de tempo de vida.
Levantei depressa. Estava insano, e poderia simplesmente me classificar assim. Os insanos se acham loucos? Sob que parâmetro? Num me importo com isso também. Gritei a todos o ocorrido, mas estavam presos demais a sua carne pra me escutar. Será que morri por estar dizendo que saí do meu corpo? Que loucura... a essa altura do campeonato o real tava meio deformado no horizonte em forma de macarrão esparamado no chão sujo...
Voltei para casa. Não pro meu corpo, entendam. Mas para o monte de blocos onde estão os meus ditos familiares. Eles nasceram antes de mim, e como num existia não posso confirmar se é real ou ilusão. Sentei no computador e fiz um manifesto.
Take me out!
Está ruim... as pessoas não me entenderiam em inglês.
Queria falar para as poucas pessoas distantes que ainda não haviam pegado a doença chamada ciência. É contagiosa e letal. Causa cegueira, perda de audição e alergia crônica. Se bem que não tem nada haver com acessibilidade. Ou afinal, tem muito em comum com o acessível. Quero queimar as bruxas com os jalecos brancos. São bruxos em sua grande maioria, tenho certeza, mas a amiga história tem seu lado ciência doentio e complexado. Por isso, melhor colocar mulheres queimadas na fogueira por discordarem.
Eu discordo. Pode me colocar pra fora (!) pra explodir tudo de uma vez. Não. Melhor implodir e deixar que tempo e espaço se encarreguem da sujeira. Não quero ter o trabalho de limpar tanto entulho.
Distribuí o manifesto mesmo assim.
Escandalizei escolas, igrejas, famílias, Estados, laboratórios e umas poucas meninas e meninos, que me viam como se estivesse nu. É pecado andar pelado e falando sobre o que está fora do corpo disciplinado e em ordem. Sou um menino mal. Mas também existe uma menina má dentro de mim. Ela é muito mais interessante. Simplesmente é divina e majestosa. Ela merecia ir pra fogueira por falar tantas palavras sujas.
E ela foi.
Sanatório educacional. Ordens de reprodução todos os dias. Almoço pago com suor da classe trabalhadora. E por fim, trabalhos forçados para manter corpo e alma sempre unidos. É melhor ser louco e ser posto pra dentro, pra um dia ser vomitado de tanto enjôo deste mesmo quadro pintado com o sangue coagulado dos outros. Faço desenhos nas paredes brancas, bonitas, luxuosas, masculinas e empresárias do meu pequeno cubículo, onde me servem ração e Coca-Cola. A ração ao menos ainda não é transgênica, apesar dos testes com animais já estarem concluídos e dos testes com a classe média estarem terminando (classe média transgênica?). Não tenho ainda dinheiro para comprar comida transgênica. Mas dizem que eu quero e preciso. Quero. Preciso. De Coca-Cola. Do quarto branco. Do piso vermelho e molhado, onde sinto diariamente uma parte de mim esterilizada, junto com meu grito abafado entre os muros do incompreensível.
Espero que me visitem algum dia desses e possam me colocar pra fora (de vocês também...) (!)
"Contos de um Malkhaviano. Não se assustem (por enquanto). Ainda não estão loucos se continuam sentados e chegaram até aqui..."
Colocado por Valdemiro as 7:51 AM 1 Comentário(s)

domingo, dezembro 04, 2005
Blues da Piedade

Agora eu vou cantar pros miseráveis
Que vagam pelo mundo derrotados
Pra essas sementes mal plantadas
Que já nascem com cara de abortadas
Pras pessoas de alma bem pequena
Remoendo pequenos problemas
Querendo sempre aquilo que não têm
Pra quem vê a luz
Mas não ilumina suas minicertezas
Vive contando dinheiro
E não muda quando é lua cheia
Pra quem não sabe amar
Fica esperando
Alguém que caiba no seu sonho
Como varizes que vão aumentando
Como insetos em volta da lâmpada
Vamos pedir piedade
Senhor, piedade
Pra essa gente careta e covarde
Vamos pedir piedade
Senhor, piedade
Lhes dê grandeza e um pouco de coragem
Quero cantar só para as pessoas fracas
Que tão no mundo e perderam a viagem
Quero cantar o blues
Com o pastor e o bumbo na praça
Vamos pedir piedade
Pois há um incêncio sob a chuva rala
Somos iguais em desgraça
Vamos cantar o blues da piedade
Vamos pedir piedade

Senhor, piedade
Pra essa gente careta e covarde
Vamos pedir piedade
Senhor, piedade
Lhes dê grandeza e um pouco de coragem


"Se pudesse compensar sua existência, estaria colocando em dúvida a sua
própria e a minha... apenas me toque e nada mais, se ainda puder novamente entender além da minha carne. "

Colocado por Valdemiro as 3:48 AM 2 Comentário(s)